segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Transplante facial digital
Grandes orçamentos de efeitos especiais poderão em breve estar ao alcance de cineastas com baixo orçamento graças a uma nova técnica para substituir automaticamente o rosto de um ator com outro.
A substituição de rosto é um efeito muito usado em produções de Hollywood. Um exemplo disto aconteceu em "A Rede Social", onde dois atores distintos geraram um par de gêmeos. O equipamento complexo e caro, para não mencionar dedicados artistas de efeitos visuais, deixa este efeito de fora de filmes de baixo orçamento.
No entando, isto não vai mais acontecer. "Alcançamos resultados de alta qualidade com apenas uma única câmera e iluminação simples", diz Kevin Dale, um cientista de computação da Universidade de Harvard que trouxe a nova técnica.
Dale e colegas iniciam um "transplante de face", com um algoritmo que cria modelos 3D de cada face. Seu sistema, então, automaticamente transforma a imagem do rosto do doador para combinar com o destinatário, mas que por si só não cria um vídeo de aparência realista - uma costura unindo é visível. "Um quadro pode parecer bom, ou muitos quadros em seqüência pode parecer bom individualmente, mas quando você jogá-los juntos você os vê piscando", explica Dale.
Assim, seu sistema calcula a posição em ambas as faces dos atores onde a costura vai ser a mais discreta possível. O processo todo leva cerca de 20 minutos para produzir um vídeo de 10 segundos em um computador de mesa comum e requer apenas um pouco de interação manual. Os usuários podem colocar marcadores faciais no primeiro quadro para gerar o modelo 3D facial, mas em alguns casos, o sistema realizou o processo automaticamente, diz Dale.
Performances híbridas
Além de realizar transplantes de face, Dale diz que os diretores também pode usar seu sistema para combinar múltiplas versões de desempenho de um ator em uma única cena. Pode combinar a boca de um com os olhos de outro, por exemplo. No entanto, vídeos com iluminação complexa ou muito diferentes não funcionam bem.
"É um passo para torná-lo mais automático", diz Paul Debevec, um pesquisador de computação gráfica da University of Southern California em Los Angeles, cujo trabalho tem sido usado em filmes como Matrix e Avatar. Ele diz que a técnica de Dale é improvável que seja usado por profissionais da indústria cinematográfica, que já pode obter o mesmo efeito, mas poderia ser perfeitamente utilizada em um plugin para o YouTube ou uma ferramenta easy-to-use similar. No entanto, ele adverte que as pessoas podem ter dificuldades para corresponder a iluminação entre vídeos feitos em casa.
Veja uma demonstração do efeito no vídeo abaixo.
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